Eram os Jesuítas de Santa Cruz "homens à frente do seu tempo"?
Não. Apesar de certa historiografia ter evidenciado com justiça a grande capacidade produtiva jesuítica na América, inclusive em Santa Cruz, fica evidente pela análise documental a adequação dessa produção às necessidades e possibilidades de seu tempo.
Dentre os diversos aspectos que podem ser verificados na administração desses religiosos à frente da Fazenda de Santa Cruz, não foram visualizados avanços técnicos e tecnológicos diferentes daqueles da época.
Principalmente, é notoria a solução tradicional para o problema crônico de escassez de mão-de-obra da Colônia, qual seja, um sofisticado sistema de escravização pura e simples do negro africano que envolvia coerção e negociação, sendo inclusive usado como modelo por administrações posteriores, e a utilização da mão-de-obra indígena, dentre outras formas de trabalho compulsório, elementos totalmentes coerentes com a lógica do Antigo Regime português nestas terras.
Assim, os jesuítas de Santa Cruz, em nossa interpretação, eram "homens de seu tempo"; não, como querem alguns, mais abertos às novidades técnicas. Na verdade, pensamos melhor vê-los como abertos à realidade e às possibilidades produtivas dela.
Fonte: Cf. MENESES, J. N. C. Se perpetue a Companhia nessas partes: materialidade da Fazenda de Santa Cruz no tempo da expulsão dos jesuítas. In: ENGEMANN, C. & AMANTINO, M. Santa Cruz: de legado dos jesuítas a pérola da Coroa. Rio de Janeiro - RJ: EDUERJ, 2013, p. 93, editado.
Legenda da Imagem: Vista Lateral da Ponte dos Jesuítas. Disponível em
Não. Apesar de certa historiografia ter evidenciado com justiça a grande capacidade produtiva jesuítica na América, inclusive em Santa Cruz, fica evidente pela análise documental a adequação dessa produção às necessidades e possibilidades de seu tempo.
Dentre os diversos aspectos que podem ser verificados na administração desses religiosos à frente da Fazenda de Santa Cruz, não foram visualizados avanços técnicos e tecnológicos diferentes daqueles da época.
Principalmente, é notoria a solução tradicional para o problema crônico de escassez de mão-de-obra da Colônia, qual seja, um sofisticado sistema de escravização pura e simples do negro africano que envolvia coerção e negociação, sendo inclusive usado como modelo por administrações posteriores, e a utilização da mão-de-obra indígena, dentre outras formas de trabalho compulsório, elementos totalmentes coerentes com a lógica do Antigo Regime português nestas terras.
Assim, os jesuítas de Santa Cruz, em nossa interpretação, eram "homens de seu tempo"; não, como querem alguns, mais abertos às novidades técnicas. Na verdade, pensamos melhor vê-los como abertos à realidade e às possibilidades produtivas dela.
Fonte: Cf. MENESES, J. N. C. Se perpetue a Companhia nessas partes: materialidade da Fazenda de Santa Cruz no tempo da expulsão dos jesuítas. In: ENGEMANN, C. & AMANTINO, M. Santa Cruz: de legado dos jesuítas a pérola da Coroa. Rio de Janeiro - RJ: EDUERJ, 2013, p. 93, editado.
Legenda da Imagem: Vista Lateral da Ponte dos Jesuítas. Disponível em
http://www0.rio.rj.gov.br/patrimonio/proj_ponte_jesuitas.shtm , acesso em 7 Fev 2019.
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