Em maio de 1796, ocorreu a primeira revolta dos escravos de Santa Cruz de que se tem notícia.
Durante muitos anos, a Fazenda de Santa Cruz foi símbolo do poder dos jesuítas em terras fluminenses, mas tornou-se também marca de uma administração competente e um espaço de conhecimento agrário e hidráulico por parte deles.
No que diz respeito ao controle da extensa escravaria que a Fazenda possuía, a documentação da época dá conta de que, no, tempo da gestão dos padres, os escravos da fazenda viviam sossegados e sob o controle de seus senhores religiosos.
De fato, num levantamento realizado em 1759, realmente não aparecem escravos identificados como fugidos ou ausentes sem explicação.
Mas com o passar do tempo e substituição dos padres por administradores não religiosos, a situação dos escravos mudou bastante.
Foi assim que, em 1796, Manoel Martins do Couto Reis, um de seus mais importantes administradores, deu conta ao rei de que os escravos estavam insubmissos, recusavam-se ao trabalho, fugiam para os matos, roubavam a fazenda e outros senhores locais; haviam se transformado em "insuportáveis pelos seua terrebilíssimos desmandos".
Ainda segundo Couto Reis, depois de passarem meses "vadiando" nas matas, voltavam doentes e apadrinhados ou capturados pelos capitães do mato para "curar moléstias no hospital e acrescentar despesas".
Assim, a solução proposta pelo administrador foi vender os incorrigíveis para bem longe e, com o dinheiro arrecadado, comprar africanos, "trabalhadores mais robustos, mais sujeitos, mais fiéis e capazes de uma doutrina nova".
Contudo a situação não melhorou e, em maio do mesmo ano, os escravos da fazenda se rebelaram.
Para reprimir os revoltosos, o vice-rei Conde de Azambuja, por meio de uma portaria, autorizou a criação de uma milícia para atacar os escravos, com ordem, inclusive, de matar os que resistissem, debelando, assim, a rebelião.
*Obs: palavras entre "aspas" representam o vocabulário e juízo de valor da época. Não representam a opinião do NOPH.
Fonte do texto: AMANTINO, M. & COUTO, R. De "curral dos padres" à gigantesca Fazenda de Santa Cruz. In: ENGEMANN, C. & AMANTINO, M. Santa Cruz: de legado dos jesuítas a pérola da Coroa. Rio de Janeiro - RJ: EDUERJ, 2013, p. 39-40, editado.
Legenda e Fonte da Imagem: Revolta Escrava não identificada. Disponível em:
http://ametamorfose1984.blogspot.com/2014/04/rebeliao-escrava-no-brasil-historia-do.html?m=1 , acesso em 10/04/2019
Durante muitos anos, a Fazenda de Santa Cruz foi símbolo do poder dos jesuítas em terras fluminenses, mas tornou-se também marca de uma administração competente e um espaço de conhecimento agrário e hidráulico por parte deles.
No que diz respeito ao controle da extensa escravaria que a Fazenda possuía, a documentação da época dá conta de que, no, tempo da gestão dos padres, os escravos da fazenda viviam sossegados e sob o controle de seus senhores religiosos.
De fato, num levantamento realizado em 1759, realmente não aparecem escravos identificados como fugidos ou ausentes sem explicação.
Mas com o passar do tempo e substituição dos padres por administradores não religiosos, a situação dos escravos mudou bastante.
Foi assim que, em 1796, Manoel Martins do Couto Reis, um de seus mais importantes administradores, deu conta ao rei de que os escravos estavam insubmissos, recusavam-se ao trabalho, fugiam para os matos, roubavam a fazenda e outros senhores locais; haviam se transformado em "insuportáveis pelos seua terrebilíssimos desmandos".
Ainda segundo Couto Reis, depois de passarem meses "vadiando" nas matas, voltavam doentes e apadrinhados ou capturados pelos capitães do mato para "curar moléstias no hospital e acrescentar despesas".
Assim, a solução proposta pelo administrador foi vender os incorrigíveis para bem longe e, com o dinheiro arrecadado, comprar africanos, "trabalhadores mais robustos, mais sujeitos, mais fiéis e capazes de uma doutrina nova".
Contudo a situação não melhorou e, em maio do mesmo ano, os escravos da fazenda se rebelaram.
Para reprimir os revoltosos, o vice-rei Conde de Azambuja, por meio de uma portaria, autorizou a criação de uma milícia para atacar os escravos, com ordem, inclusive, de matar os que resistissem, debelando, assim, a rebelião.
*Obs: palavras entre "aspas" representam o vocabulário e juízo de valor da época. Não representam a opinião do NOPH.
Fonte do texto: AMANTINO, M. & COUTO, R. De "curral dos padres" à gigantesca Fazenda de Santa Cruz. In: ENGEMANN, C. & AMANTINO, M. Santa Cruz: de legado dos jesuítas a pérola da Coroa. Rio de Janeiro - RJ: EDUERJ, 2013, p. 39-40, editado.
Legenda e Fonte da Imagem: Revolta Escrava não identificada. Disponível em:
http://ametamorfose1984.blogspot.com/2014/04/rebeliao-escrava-no-brasil-historia-do.html?m=1 , acesso em 10/04/2019
Gostaria de saber como poderia comprar o livro da bibliografia
ResponderExcluirGostaria de saber como posso comprar o livro.
ResponderExcluirVocê pode comprar na Livraria da Trevessa nesse link:
Excluirhttps://www.travessa.com.br/rebeliao-escrava-no-brasil-a-historia-do-levante-dos-males-em-1835-3-ed-2012/artigo/5ff8b0df-4d66-453a-a8b7-5d509493b13c
Na livraria Cultura:
https://www.livrariacultura.com.br/p/livros/historia/historia-do-brasil/rebeliao-escrava-no-brasil-712432
E na Estante Virtual. Nela você pode escolher o melhor preço.
https://www.estantevirtual.com.br/livros/joao-jose-reis/rebeliao-escrava-no-brasil/1171748915?q=Rebeli%E3o+Escrava+no+Brasil
Prezada Keila
ResponderExcluirVocê pode comprar na Livraria da Trevessa nesse link:
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https://www.livrariacultura.com.br/p/livros/historia/historia-do-brasil/rebeliao-escrava-no-brasil-712432
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Um grande abraço e muito grato pela visita.
Gostei muito do relato
ResponderExcluirViajando na História
ExcluirQue bom que você gostou. Seja sempre bem vinda.
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Prezada Keila, houve um pequeno erro.
ResponderExcluirO livro da bibliografia você pode comprar nos links abaixo:
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