terça-feira, 2 de abril de 2019

Família Escrava e Estabilidade Social em Santa Cruz



A Fazenda de Santa Cruz contou com uma comunidade escrava bem enraizada e baseada em relações de afetividade, amizade e solidariedade bastante fortes. Lá houve famílias preservadas, possibilitando estabilidade àqueles indivíduos.

Apesar disso, os horrores daquela escravidão não devem ter sido tão abrandados: a separação de cônjuges, as instruções para o adequado castigo dos escravizados e o domínio senhorial exercido pelos jesuítas, entre outros aspectos, assim o demonstram.

Seja como for, os padres necessitavam da mão de obra dos escravizados para manter e consolidar seus empreendimentos econômicos, mas, ao que parece, também procuraram cristianizar aqueles indivíduos.

Desse modo, isso se refletiu no alto grau de famílias escravas unidas pelo casamento, o que, consequentemente, levaria a uma escravaria repleta de crianças, muitas socializadas junto de seus pais, avós, irmãos, tios, primos e padrinhos.

Enfim, o que descobrimos é que as famílias foram importantes na formação da comunidade escrava, baseada em relações de parentesco de mesmo sangue e espiritual. Foi possível também conseguir ganhos políticos, sociais e econômicos, visto que muito daquela possível constituição e estabilidade se deveu a uma negociação entre os padres e os escravos.

Fonte do texto: FREIRE, J. Legados da administração jesuítica: comunidade e família entre os cativos da Fazenda de Santa Cruz, século XVIII. In: ENGEMANN, C. & AMANTINO, M. Santa Cruz: de legado dos jesuítas a pérola da Coroa. Rio de Janeiro - RJ: EDUERJ, 2013, pp. 213-214, (editado).

Fonte da Imagem: Casamento de Negros de uma casa rica, J. B. Debret, sec. XIX. Disponível em: https://historiahoje.com/a-familia-escrava-trabalho-e-obediencia/
, acesso em 2 ABR 2019.

Texto editado por Elias Alves, Historiador do NOPH
Santa Cruz, Rio de Janeiro - RJ, 02/04/2019

Postado neste blog por Adinalzir Pereira Lamego

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